28 novembro 2008

Há 33 anos na Literatura Gaúcha...






... Deixava o mundo terreno Érico Lopes Veríssimo, nascido em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, no dia 17 de dezembro do ano de 1905. Veríssimo faleceu na capital gaúcha, no ano de 1975. Filho de família abastada que se arruinou economicamente, foi obrigado a exercer várias funções modestas. Em 1931, transferiu-se em definitivo para Porto Alegre, onde se tornou diretor da Revista do Globo. Mais tarde, lecionou literatura na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos.

Érico Veríssimo é o representante gaúcho do regionalismo modernista. Parte de seus romances - desde Clarissa até Saga, passando por Música ao longe, Caminhos cruzados e Olhai os lírios do campo - retrata a vida urbana da provinciana Porto Alegre, a crise da sociedade moderna cuja nota marcante é a falta de solidariedade, o cotidiano caótico. Seus personagens, com destaque para Clarissa e Vasco, reaparecem em várias situações e em vários momentos, o que levou o crítico Wilson Martins a reconhecer um ciclo de Clarissa. Como seu eixo se repete ao longo de vários romances, o autor tem sido acusado de ser redundante, o que vai evidenciar seu maior defeito: a superficialidade, tanto na abordagem psicológica como na social. Entretanto, esses primeiros romances são responsáveis pela popularidade alcançada pelo autor, igualando-o, em termos de aceitação pública, a Jorge Amado.

Entre suas obras inclui-se ainda a trilogia épica O tempo e o vento, que remonta ao passado histórico do Rio Grande do Sul dos séculos XVIII e XIX e aborda as disputas de terra e poder pelas famílias Amaral, Terra e Cambará. Desse painel saltam alguns personagens heróicos, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo. O tempo e o vento aparece dividido em O continente, que cobre o período histórico do século XVIII até 1895, com as lutas do início da República, O retrato, que enfoca as primeiras décadas do século XX, e O arquipélago, narrativa mais contemporânea, que chega até o governo Vargas.

À última fase da produção de Veríssimo, mais dedicada aos temas da atualidade, pertencem os romances O senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares.

“Sou valente como as armas,
Sou guapo como um leão.
Índio velho sem governo,
Minha lei é o coração.”
(quadrinha cantada pelo Capitão Rodrigo, personagem de O tempo e o vento)

0 comentários: