Érico Veríssimo é o representante gaúcho do regionalismo modernista. Parte de seus romances - desde Clarissa até Saga, passando por Música ao longe, Caminhos cruzados e Olhai os lírios do campo - retrata a vida urbana da provinciana Porto Alegre, a crise da sociedade moderna cuja nota marcante é a falta de solidariedade, o cotidiano caótico. Seus personagens, com destaque para Clarissa e Vasco, reaparecem em várias situações e em vários momentos, o que levou o crítico Wilson Martins a reconhecer um ciclo de Clarissa. Como seu eixo se repete ao longo de vários romances, o autor tem sido acusado de ser redundante, o que vai evidenciar seu maior defeito: a superficialidade, tanto na abordagem psicológica como na social. Entretanto, esses primeiros romances são responsáveis pela popularidade alcançada pelo autor, igualando-o, em termos de aceitação pública, a Jorge Amado.
Entre suas obras inclui-se ainda a trilogia épica O tempo e o vento, que remonta ao passado histórico do Rio Grande do Sul dos séculos XVIII e XIX e aborda as disputas de terra e poder pelas famílias Amaral, Terra e Cambará. Desse painel saltam alguns personagens heróicos, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo. O tempo e o vento aparece dividido em O continente, que cobre o período histórico do século XVIII até 1895, com as lutas do início da República, O retrato, que enfoca as primeiras décadas do século XX, e O arquipélago, narrativa mais contemporânea, que chega até o governo Vargas.
À última fase da produção de Veríssimo, mais dedicada aos temas da atualidade, pertencem os romances O senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares.
“Sou valente como as armas,
Sou guapo como um leão.
Índio velho sem governo,
Minha lei é o coração.”
(quadrinha cantada pelo Capitão Rodrigo, personagem de O tempo e o vento)
0 comentários:
Postar um comentário