Pelo simples fato de ter como diretor Pedro Almodóvar, um filme já deve ser visto, na prateleira da locadora, com olhos diferenciados.
O ator e diretor espanhol, nascido na cidade de Calzada de Calatrava, tem uma extensa filmografia e uma vida que não foi nada fácil.
Sem dinheiro para estudar cinema, Almodóvar mudou-se para Madrid e começou a buscar um emprego que lhe sustenta-se, ao mesmo tempo em que lhe permitisse seguir o seu sonho de transformar a sua paixão pelo cinema em um trabalho.
O emprego em questão foi o de assistente administrativo, na Companhia Telefônica Nacional . Nesse cargo, Almodóvar conseguiu o dinheiro necessário para iniciar a sua carreira: comprou uma Câmera Super-8.
Seu primeiro longa é lançado em 1980, chama-se “Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón”. A partir daí, Pedro Almodóvar não parou mais.
Em 1999, contudo, é lançado um de seus principais filmes. Sendo aplaudido pela crítica e tendo agradado a pessoas em todo o mundo “Todo sobre mi madre”, em português “Tudo sobre minha mãe”, chegou aos cinemas brasileiros no dia 8 de outubro de 1999, há exatos 9 anos.
Tendo como algumas de suas premiações o Oscar de melhor filme estrangeiro e a Palma de Ouro de melhor diretor, do Festival de Cinema de Cannes, o filme espanhol marcou o seu ano de lançamento.
O filme começa mostrando a relação que Manuela (Cecilia Roth) tem com seu filho, Esteban (Eloy Azorín). Ambos moram sozinhos, em Madrid, e são muito próximos. Quando Esteban completa os seus 17 anos, Manuela o acompanha ao teatro para assistirem a uma versão da peça “Um bonde chamado desejo”, com a atriz Huma Rojo (Marisa Paredes). Depois da peça Manuela daria outro presente ao filho: lhe diria quem era o seu pai Ao final do espetáculo, contudo, quando Esteban corre atrás do carro da atriz, que já vai indo embora, ele é atropelado.
Manuela corre atrás de Esteban. A seqüência é mostrada sob a visão desse último. A cena então fica embaçada. Esteban, como já é esperado, perde a consciência e, posteriormente, morre em um hospital.
Manuela fica desolada e, posteriormente, toma uma decisão.
Decide procurar o pai de Esteban, que não vê há anos, e lhe contar o que aconteceu.
Entra em um trem.
Chega em Barcelona.
Pega um táxi.
Ali, em um lugar repleto de recordações, a personagem Manuela é verdadeiramente apresentada. Reencontra Agrado (Antonia San Juan), um travesti, e a atriz Huma Rojo, a mesma do início do filme, e ainda conhece Rosa (Penélope Cruz), uma freira que desejava ir para El Salvador, mas se vê grávida e contaminada pelo vírus HIV.
Nesse cenário nada convencional, Manuela lembra do filho, ao mesmo tempo em que busca o pai.
Trata-se de um filme interessante. Levantam-se questões sobre a sexualidade, a fugacidade da vida e sobre o que é realmente certo.
Uma mensagem é claramente expressa em uma frase:
“Uma pessoa é tanto mais autêntica quanto mais se parece com aquilo que ela sempre sonhou para si mesma”, dita por Agrado.