05 outubro 2008

Há 121 anos na Arquitetura...


Nascia o arquiteto francês Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo pseudônimo de Le Corbusier. Ele é considerado juntamente com Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies van der Rohe e Oscar Niemeyer (que vai completar 101 anos em 15 de dezembro), um dos mais importantes arquitetos do século XX.

Le Corbusier, além de se inquietar com a beleza e a integridade das formas, inquieta-se também com a fraqueza com que tratou os paradigmas e os conflitos de uma Era tecnologicamente crescente. Negou-se a fugir da industrialização, pois entendeu que isso só o levaria a um beco sem saída e completamente lúdico. Antes disso, tentou reconciliar a máquina com a natureza, o homem moderno com os princípios fundamentais extraídos da tradição. Nos seus planos urbanísticos acolheu os modernos sistemas de transporte e todos os tipos de edificações da metrópole como as auto-estradas e os arranha céus, e tentou dar a todas estas formas prosaicas uma forma lírica.

Quando olhava a cidade, considerava princípios básicos tais como o alojamento para a grande maioria, o trabalho, o descanso, o público e o privado, os transportes, a vegetação, a ordem visual e a expressão do poder. Previu com surpreendente claridade os traçados das cidades industrializadas do futuro e tratou de dar uma forma mais coerente e mais humana ao que era inevitável. Naturalmente, Le Corbusier nunca construiu a sua utopia e provavelmente nunca teria possibilidade de fazê-la.
Ele defendia que "por lei, todos os edifícios deviam ser brancos", criticando qualquer esforço artificial de ornamentação. As estruturas por ele idealizadas, de uma simplicidade e austeridade espartanas, nas cidades, foram largamente criticadas por serem monótonas e desagradáveis para os peões. A cidade de Brasília foi concebida segundo as suas teorias.

Segundo o estudante do nono semestre de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Maria, Ronald Jung, o fundamental nas idéias de Le Corbusier foi o seu lançamento das bases da arquitetura e do urbanismo modernista a partir dos CIAMs (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna) no início da década de 1930. Ele também participou da elaboração do projeto do edifício do Ministério da Educação no Rio de Janeiro em 1936, que foi o primeiro arranha-céu exemplarmente modernista do mundo, juntamente com Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, hoje Palácio Gustavo Capanema, de incomparável importância histórica na arquitetura do país.
Além disso, Le Corbusier difundiu também idéias de modulação, como as de unidade de habitações Le Corbusier, com alguns prédios construídos principalmente na França. E também defendia a sua era como a era da máquina, definindo, por exemplo, uma casa como sendo uma máquina de habitar. Foi um teórico de amplo espectro e ferrenho defensor e difusor de suas próprias idéias, fato que fez com que alcançasse rapidamente a fama internacional e tivesse suas idéias estudadas e aplicadas em diversas regiões do mundo.

Le Corbusier foi responsável por mais de 32 000 projetos de Arquitetura e Urbanismo, 300 obras de pintura e mais de 7000 desenhos, ilustrações, litografias, gravuras, gravações, tapeçarias e peças de mobiliário. Escreveu mais de 40 livros, que foram traduzidos em oito línguas e teve inúmeros artigos publicados. Recebeu os títulos Commandeur de l'Ordre du Mérite pour la recherche et l'invention, Grand officier de la Légion d'Honneur (1936) e o grau de cavaleiro (1937); os graus acadêmicos honorários das universidades de Zurique, Florença e Genebra; da Columbia University e da Ergenössische Technische Hochschule (ETH — Zürich) de Zurique; as medalhas do Royal Institute of Brittish Architects (RIBA, 1953) e do American Institute of Architects (AIA).
Entre suas obras mais importantes temos a Villa Savoye, a Fondation Le Corbusier - FLC e Le patrimoine Le Corbusier à Firminy, onde se encontram vários trabalhos do arquiteto.