05 novembro 2008

Há 26 anos, entre o Brasil e o Paraguai...

O crescente desenvolvimento urbano e o correspondente aumento do consumo de energia elétrica exigiam que o governo brasileiro, da década de 60, busca-se alternativas para aumentar o potencial de geração de energia do país.
Assim, em 1962, foram encomendados estudos com o objetivo de analisar o aproveitamento hidrelétrico das Sete Quedas, trecho do Rio Paraná.
Estabelecendo a fronteira entre o Brasil e o Paraguai, esse rio era, por definição, pertencente aos dois países. A confirmação de seu potencial hidrelétrico, portanto, acabou gerando um impasse entre as nações sul-americanas: Se as águas pertenciam a ambas, qual delas poderia explorar o seu potencial de geração de energia?
Para solucionar essa questão, os países optaram por uma iniciativa conjunta. Em 22 de junho de 1966, depois de intensas negociações, foi assinada a Ata do Iguaçu, que tinha por meta geral permitir que o potencial hidrelétrico fosse reanalisado e uma eventual exploração do mesmo fosse feita pelas duas nações.
Em 26 de abril de 1973, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu, que permitiu o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná pelos dois países.
A construção da usina hidrelétrica teve início em 1974, com a chegada das primeiras máquinas ao futuro canteiro de obras.
O nome escolhido para aquela que viria a ser uma das mais grandiosas construções do Brasil foi Itaipu, que, em tupi, quer dizer "a pedra que canta".
Em poucos anos a região foi tomada por trabalhadores. Estima-se que até 1978, mais de nove mil casas tenham sido construídas para abrigar àqueles que ergueriam Itaipu.
Dados apresentados no site oficial da usina, apontam que apenas no dia 14 de novembro de 1978 tenham sido lançados na obra 7.207 metros cúbicos de concreto, o que equivaleria à construção de um prédio de dez andares a cada hora.







Seguindo esse ritmo de construção, as obras da Usina hidrelétrica de Itaipu foram parcialmente finalizadas e, em 5 de novembro de 1982, há 26 anos, os presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionam o mecanismo que levanta automaticamente as 14 comportas do vertedouro, e liberam a água represada do Rio Paraná.











As demais unidades geradoras foram sendo instaladas gradualmente, aumentando constantemente o potencial hidráulico da usina. Em maio de 2007, as últimas duas, das 20 unidades geradoras que estavam previstas no projeto, foram enfim inauguradas.
Calcula-se que, com as 20 unidades geradoras em atividade e o Rio Paraná em condições favoráveis, a geração de energia chega a 100 bilhões de quilowatts-hora (dado presente no site oficial da Itaipu Binacional).
Embora a geração de energia hidrelétrica tenha vantagens como a não emissão de poluentes e um custo relativamente baixo de produção, existem desvantagens como o enorme impacto causado ao meio ambiente para que a usina possa ser construída. No caso da Usina de Itaipu, salienta-se o alagamento de grandes regiões, causando o desaparecimento de determinados lugares, como as Sete Quedas. Além disso, nesse caso específico, 8.519 propriedades urbanas e rurais tiveram de ser desapropriadas. Os seus donos foram indenizados e puderam comprar outras propriedades para morarem, mas, possivelmente, tenham perdido a referência que tinham de um lar.
Vantagens e desvantagens a parte, a Itaipu Binacional está em funcionamento, gerando energia para o Brasil e para o Paraguai, permitindo o crescimento econômico dos dois países em questão.