... Nascia Carlos Drummond de Andrade, em Itabira, Minas Gerais. Fez seus primeiros estudos também nesse estado, tendo, em 1918, ingressado como interno no Colégio Anchieta, da Companhia de Jesus, em Friburgo. Porém, foi expulso de lá no ano seguinte, após um incidente com seu professor de Português. Formou-se em Farmácia, mas em Itabira vivia das aulas de Português e Geografia. No ano de 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, assumindo um cargo público no Ministério da Educação. Em 1945, a convite de Luís Carlos Prestes, trabalhou como co-diretor do jornal comunista Tribuna Popular.
A partir da década de 50, Drummond passou a se dedicar integralmente à produção literária. Além de novos livros de poesias, contos e algumas traduções, intensificou seu trabalho de cronista. Em 1962, ele selecionou poemas para a edição de sua Antologia Poética. No prefácio, o próprio poeta explicou o critério de seleção e dividiu os poemas escolhidos em nove grupos com “certas características, preocupações e tendências” que condicionavam ou definiam o conjunto de sua obra. O escritor faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de agosto do ano de 1987.
Drummond foi, acima de tudo, um poeta que negou todas as formas de fuga da realidade. Seus olhos atentos estavam voltados para o momento presente e viam, como regra primeira para uma possível transformação da realidade, a união, o trabalho coletivo.
E Carlos Drummond de Andrade é, sem dúvida, o maior nome da poesia contemporânea brasileira. Sua obra poética acompanha a evolução dos acontecimentos, registrando todas as “coisas” (síntese de um universo fechado, despersonificado) que o rodeiam e que existem na realidade do dia-a-dia. São poesias que refletem os problemas do mundo, do ser humano brasileiro e universal diante dos regimes totalitários, como o da II Guerra e o da Guerra Fria.
“Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.”
(Carlos Drummond de Andrade)
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