Há exatos 75 anos (13 de outubro de 1933) nascia um dos maiores atletas de futebol do mundo. Se o Brasil é, hoje, pentacampeão mundial na modalidade, muito se deve a esse fenômeno. Mané Garrincha, apelido de Manuel dos Santos, fluminense de Magé, é um dos exemplos de atleta que faz sucesso dentro das quatro linhas, mas que fora, segue um caminho tortuoso e decadente.
Garrincha era um ponta direita clássico, que tinha grande capacidade de drible. Suas pernas tortas também chamavam a atenção (a perna esquerda era seis centímetros mais curta, e ambas pernas eram arqueadas) e propiciaram o surgimento de outro apelido: Anjo de pernas tortas. Seu carisma foi descrito nos poemas do grande poeta Carlos Drummond de Andrade, como nos versos que iniciam este post.
Quando foi fazer testes no Botafogo, seu primeiro time como profissional, driblou várias vezes o lateral Nílton Santos, experiente jogador, em seu primeiro treino. É considerado o maior jogador da história do Botafogo. Além de atuar no clube da Estrela Solitária, ele atuou no Corínthians, no Atlético Júnior (de Barranquilla, na Colômbia), no Flamengo, no Olaria, na Seleção Brasileira e na Carioca. Venceu três campeonatos cariocas e dois Rio-São Paulo pelo Botafogo, um Rio-São Paulo pelo Corínthians e duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira.
Foi na Seleção que ele se consagrou, levando a equipe canarinho ao segundo título mundial, no Chile em 1962. Em 1958 na Suécia, o primeiro título mundial veio com a parceria com Pelé. Tem, inclusive, um filho sueco. Em 1962, o Mané carregou a Seleção rumo ao Bicampeonato, após a lesão que tirou Pelé da competição. Jogou 714 partidas na carreira e marcou 283 gols.
Sua carreira inspirou dois filmes (Garrincha, Alegria do povo e Garrincha - Estrela Solitária, inspirado no livro) e um livro (Estrela Solitária - Um Brasileiro chamado Garrincha).
Garrincha foi vencido pelo alcoolismo e faleceu em 20 de janeiro de 1983. Após encerrar a carreira, sua vida entrou em decadência: o vício e a pobreza o acompanharam até sua morte. Talvez tudo seria diferente se ele fosse atleta profissional nos dias de hoje, quando as estrelas do esporte ganham verdadeiras fortunas. Ele certamente seria tão valorizado quanto Romário, Robinho e outros nomes famosos do atual futebol, que saíram de uma situação de dificuldade econômica e enriqueceram com a atividade esportiva.
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